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sábado, 24 de dezembro de 2011

Mitraísmo


Mitras







Aparece primeiramente como um deus-sol ariano em Sânscrito e na literatura persa por volta de 1400 a.C. Seu culto foi introduzido no império romano no primeiro século a.C.
Mitras foi: nascido de uma virgem no solstício de inverno --- freqüentemente 25 de dezembro no calendário Juliano (o imperador Aureliano declarou o dia 25 de dezembro como o nascimento oficial de Mitras em 270 d.C.) --- e assistido por pastores que trouxeram presentes; cultuado nos Domingos; mostrado com uma nuvem ou halo em volta da cabeça; diz-se ter feito uma última ceia com seus seguidores antes de retornar ao seu pai.; acreditava-se não ter morrido, mas ascendido aos céus, de modo que se acreditava que poderia retornar no fim dos tempos para levantar os mortos em uma ressurreição física para o Julgamento Final, mandando os bons para o Céu e os maus para o Inferno, depois do mundo ter sido destruído pelo fogo; acreditava-se garantir vida imortal depois do batismo. Seguidores de Mitra: seguiam um líder chamado papa, que governava da colina do Vaticano em Roma; celebravam a morte de um salvador que ressuscitou num domingo; celebravam sacramento (uma refeição consagrada de pão e vinho), iam a Myazda (exato correspondente da missa católica, usando sinos, candelabros, incenso e água sagrada, em memória da última ceia de Mitras). O imperador Constantino foi um seguidor de Mitras até declarar o dia 25 de Dezembro como a data oficial do nascimento de Jesus em 313 d.C. e adotar o culto do cristianismo como a religião do Estado.
Bibliografia básica para o estudo do Mitraísmo: Franz Cumont, The Mysteries of Mithra (1903), M. J. Vermaseren, Mithras, the Secret God (1963), David Ulansey, The Origins of the Mithraic Mysteries (1989).


Mistérios de Mitras


Mitras é um deus Indo-Ariano, adorado pelo menos tão cedo quanto em 1400 a.C..
No hinduísmo ele é conhecido como o binomial Mitra-Varuna. Um hino inteiro é dedicado à ele no Rig Veda (3.59). Ele é o Senhor da Luz Divina, protetor da verdade e é invocado quando um contrato ou augúrio é feito.
Na Pérsia (hoje Irã) Mitras era o deus protetor da sociedade tribal, até a reforma do politeísmo persa por Zoroastro (628-55 d.C.).
 Mitras, como os outros deuses e deusas do panteão iraniano, foi despojado de sua soberania e todos os seus poderes e atributos foram atribuídos a Ahura-Mazda. Entretanto, devido à sua popularidade, nós vemos no Avesta (Mehr Yasht) Ahura-Mazda dizendo à Zoroastro: "Em verdade, quando criei Mitras, o Senhor das grandes pastagens, Eu o criei tão digno de sacrifício, tão digno de oração, quanto eu mesmo, Ahura-Mazda."
No Avesta, Mitras ou Mehr (tradução: amor, sol) é o protetor da nação Ariana, trazendo vitória para "aqueles que não mentem junto a Mitras". Ele é a divindade guerreira, de quem todos os demônios fogem em pânico. No Yashet 6, durante uma prece ao sol, Mitras é mencionado novamente como um amigo: "...eu sacrificarei para a amizade, a melhor de todas as amizades, que habita entre a lua e o sol".








O nascimento de Mitras

Mitras também figura na mitologia chinesa, onde é conhecido como "Amigo". Mitras é representado como um general militar em estátuas chinesas e é considerado como um amigo do homem nesta vida e protetor contra o mal na outra.
No ocidente, Mitras é mais bem conhecido como o "culto de Mitras", o qual possuía uma imensa popularidade junto às Legiões Romanas, do final do século 1 até o século 4d.C, tempo em que esteve sob influência das mitologias grega e romana, como outras tradições de mistério daquela época: os mistérios de Elêusis e de Ísis.
O culto de Mitras mantinha-se em segredo e seus ensinamentos eram revelados apenas aos iniciados. Remanescentes de templos de Mitras podem ser encontrados por toda a antiga região do Império Romano, da Palestina através do norte da África, e através da Europa central ao norte da Inglaterra.



Os Ritos de Mitras


Havia sete estágios de iniciação, os quais permitiam o iniciado a proceder através dos setes corpos celestiais. Permitindo o reverso, de que a alma humana descesse para o mundo no nascimento.








corax


O primeiro estágio era o Corax (Corvo) sob Mercúrio. Este estágio simbolizava a morte do iniciado. Na Pérsia antiga era costume expor corpos sem vida para serem devorados por corvos no alto de torres funerais. O corvo como símbolo da morte, pode também ser visto no tarô em cartas de número 13. Neste estágio, o iniciado morre e renasce num caminho espiritual. Um mantra era dado à ele, para que repetisse enquanto seus pecados eram lavados pela água do batismo.





O próximo passo é o Nymphus (noiva-homem) sob Vênus. O iniciado usa um véu e carrega uma lâmpada em sua mão. Ele não pode ver a "luz da verdade", até que o "véu da realidade" é removido. Ele é levado ao culto, e se torna celibatário por pelo menos a duração deste estágio. Ele é uma noiva (amante) de Mitras. Ele também oferece um copo dágua para a estátua de Mitras. O copo representa seu coração e a água seu amor.
Chegando a Miles (soldado) sob Marte, o iniciado tinha de se ajoelhar (submissão à autoridade religiosa), nu (renunciando à vida que passou), vendado e de mãos atadas. Então lhe era oferecida uma coroa na ponta de uma espada.



Moeda de Mitra


Uma vez coroado, suas ataduras eram removidas com uma única estocada da espada e a venda removida. Isto representava sua libertação das ninharias do mundo material. Ele deveria então remover a coroa da cabeça e coloca-la sobre o ombro, dizendo: "Mitras é minha única coroa". (Franz Cumont, The Mysteries of Mithra). Isto também simbolizava a remoção da cabeça (intelecto) em si, permitindo a Mitras ser o único guia.
Neste estágio, o iniciado começa realmente a batalha contra seu "eu" inferior, o soldado combatendo o verdadeiro inimigo.








leo

O estágio de Leo (Leão), é o primeiro dos graus sênior e está sob Júpiter. Ele está entrando no elemento do fogo. Assim, os leões não eram permitidos tocar em água durante o ritual, e em substituição, mel era oferecido ao iniciado para lavar suas mãos e língua. Os leões carregavam a comida para a refeição ritual, que era preparada pelos de grau inferior. As obrigações do leão incluíam atender ao altar da chama sagrada. Este ritual representava a última ceia de Mitras, de pão e vinho, com seus companheiros, antes de sua ascensão aos Céus em sua carruagem do Sol.
O grau de Perses (Persa) sob a Lua. "O iniciado deste grau recebia uma filiação a esta raça, a qual sozinha era digna de receber as mais altas revelações de sabedoria dos Magi". (Franz Cumont, Rapport sur une mission a Rome, In Academic des inscrition et Belle-Letters, Comptes Rendes, 1945 p.428). O emblema para este estágio era a harpa, com a qual Perseu havia decapitado a Górgona. Simbolizando a destruição do baixo e animal aspecto do iniciado. O iniciado era também purificado com mel, estando sob a proteção da Lua. "Mel é associado à pureza e fertilidade da Lua, sendo esta, a que os antigos iranianos acreditavam ser a fonte do mel. E assim a expressão lua-de-mel denota não o período de um mês depois do casamento, mas sim a continuidade do amor e fertilidade na vida de casado". (Dr. Masoud Homayouri, Origin of Persian Gnosis).







pater

No grau de Heliodromus (caminhante do sol) sob o Sol, o iniciado imita o mesmo num banquete ritual. Sentando próximo a Mitras (Pai), vestido de vermelho, cor do Sol, fogo e sangue.
O maior grau de iniciação era o de Pater (Pai) sob Saturno. Ele era o representante de Mitras na Terra, luz do Céu encarnada, o professor da congregação a qual liderava, usando um chapéu vermelho bem como um "par de calças persas vermelhas, carregando um cetro, símbolo de sua oficialidade espiritual". (Charles Daniels, Mithras and his Temples on the Wall).





Mitras também presidia a mudança de estações e o movimento do Céu em si. A imagem de Mitras sacrificando um touro representa, "a precessão dos equinócios; Mitras estava na verdade, movendo o universo inteiro". (Prof. David Ulansey, The Origins of Mithraic Mysteries). Mitras, representado pela constelação de Perseu, muda a posição de toda a esfera celestial, sacrificando a constelação de Touro e movendo a Terra na constelação de Áries no equinócio da primavera. Este "milagre" de Mitras é produto dos astrólogos romanos e de um posterior desenvolvimento que não é visto no Irã ao mesmo tempo. Entretanto a celebração da mudança de estações era levada à cabo por ambos os seguidores do Oriente e Ocidente: Nou-roz (equinócio da primavera), Mehregan (equinócio de outono), Shab-Yalda (solstício de inverno) e solstício de verão.








Templo de Mitra
Conforme o Cristianismo tomava impulso e eventualmente tornava-se a religião do Estado no Império Romano, o Mitraísmo deixou de ser tolerado. O Apologista o via como uma "transversão satânica dos mais sagrados rituais de sua religião" (Franz Cumont, The Mysteries of Mithra). Entretanto, o Catolicismo preservou algumas formas do Mitraísmo, para mencionar exemplos: o dia do Natal; o uso da "mitra" pelos bispos; sacerdotes cristãos chamados de "Padres" (Pais), apesar da proscrição específica de Jesus quanto a aceitação de semelhante título (Mateus 23:9); e "o Pai Santo de Mitras usava um chapéu vermelho e vestimenta e um anel, e carregava um bastão de pastor. O Líder Cristão, adotou o mesmo título e vestia-se da mesma maneira". (William Harwood, Mythologies Last Gods: Yahweh and Jesus). Enquanto a aparência exterior do Mitraísmo pode ser vista no Catolicismo, alguns traços dos ensinamentos interiores do Mitraísmo podem ser encontrados no Sufismo. Assim, um estudo do Sufismo lança nova luz sobre o Mitraísmo e vice-versa.