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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Do Amor - Khalil Gibran


Então, Almitra disse: “Fala-nos do amor.”
E ele ergueu a fronte e olhou para a multidão,
e um silêncio caiu sobre todos, e com uma voz forte, disse:

Quando o amor vos chamar, segui-o,
Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados;
E quando ele vos envolver com suas asas, cedei-lhe,
Embora a espada oculta na sua plumagem possa ferir-vos;
E quando ele vos falar, acreditai nele,
Embora sua voz possa despedaçar vossos sonhos
Como o vento devasta o jardim.
Pois, da mesma forma que o amor vos coroa,
Assim ele vos crucifica.
E da mesma forma que contribui para vosso crescimento,
Trabalha para vossa queda.
E da mesma forma que alcança vossa altura
E acaricia vossos ramos mais tenros que se embalam ao sol,
Assim também desce até vossas raízes
E as sacode no seu apego à terra.
Como feixes de trigo, ele vos aperta junto ao seu coração.
Ele vos debulha para expor vossa nudez.
Ele vos peneira para libertar-vos das palhas.
Ele vos mói até a extrema brancura.
Ele vos amassa até que vos torneis maleáveis.
Então, ele vos leva ao fogo sagrado e vos transforma
No pão místico do banquete divino.
Todas essas coisas, o amor operará em vós
Para que conheçais os segredos de vossos corações
E, com esse conhecimento,
Vos convertais no pão místico do banquete divino.
Todavia, se no vosso temor,
Procurardes somente a paz do amor e o gozo do amor,
Então seria melhor para vós que cobrísseis vossa nudez
E abandonásseis a eira do amor,
Para entrar num mundo sem estações,
Onde rireis, mas não todos os vossos risos,
E chorareis, mas não todas as vossas lágrimas.
O amor nada dá senão de si próprio
E nada recebe senão de si próprio.
O amor não possui, nem se deixa possuir.
Porque o amor basta-se a si mesmo.
Quando um de vós ama, que não diga:
“Deus está no meu coração”,
Mas que diga antes:
"Eu estou no coração de Deus”.
E não imagineis que possais dirigir o curso do amor,
Pois o amor, se vos achar dignos,
Determinará ele próprio o vosso curso.
O amor não tem outro desejo
Senão o de atingir a sua plenitude.
Se, contudo, amardes e precisardes ter desejos,
Sejam estes os vossos desejos:
De vos diluirdes no amor e serdes como um riacho
Que canta sua melodia para a noite;
De conhecerdes a dor de sentir ternura demasiada;
De ficardes feridos por vossa própria compreensão do amor
E de sangrardes de boa vontade e com alegria;
De acordardes na aurora com o coração alado
E agradecerdes por um novo dia de amor;
De descansardes ao meio-dia
E meditardes sobre o êxtase do amor;
De voltardes para casa à noite com gratidão;
E de adormecerdes com uma prece no coração para o bem-amado,
E nos lábios uma canção de bem-aventurança.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A Sabedoria do Desapego



Prestes a entrar em combate com os poderosos senhores da noite, seus familiares e amigos de infância, Arjuna, o guerreiro perfeito, desfalece e cogita abandonar a luta. Estimulado por Krishna, seu conselheiro espiritual, ouviu dele a explanação dos motivos que o levavam ao combate. “A Sabedoria do Desapego”, breve diálogo de Krishna com Arjuna, é o cerne de toda a Bhagavad Gita.

Bom é agir e bom é abster-se da atividade; tanto isto como aquilo conduz à meta suprema. Mas, para o principiante, melhor é agir corretamente.

O verdadeiro renunciante é somente aquele que nada deseja e nada recusa, inatingido pelos opostos, tanto no seu agir como no seu desistir; não afetado nem por esperança nem por medo.

Os ignorantes tecem teorias sobre o agir e o conhecer, como se se tratasse de duas coisas distintas: mas os sábios estão convencidos de que quem faz isto, não deixa de colher os frutos daquilo.

O reino da quietude que os sábios conquistam pela meditação é também conquistado pelos que praticam ações; sábio é aquele que compreende que essas duas coisas – a consciência mística e a ação prática – são uma só em sua essência.

Difícil tarefa, herói, é alcançar o estado de renúncia sem ação e sem que o espírito da fé penetre o coração. O sábio que, pela força da verdade, renuncia a si mesmo, integra-se em Brahman.

Esse é puro de coração, forte no bem e senhor de todos os seus sentidos; a sua vida está a serviço da vida de todos, e ele realiza todas as ações sem ser escravizado por nenhuma delas.

Porquanto reconhece que não é ele que age, quando vê, ouve ou sente.

Pois, quando vê ou ouve, cheira ou come, dorme ou respira, quando abre ou fecha os olhos, quando dá ou recebe ou exerce outro ato sensório qualquer – não são senão seus sentidos que operam com esses objetos externos.

Quem tudo faz sem apego ao resultado dos seus atos faz tudo no espírito de Deus, e, como a flor de lótus, incontaminada pelo lago em que vive, permanece isento do mal.

Com todas as forças do espírito, da mente, do coração e do corpo luta o yogui pela purificação de sua alma, sem nada buscar para si mesmo em tudo o que faz.

Quem a tudo renuncia, jubiloso, alcança, já agora, a mais alta paz do espírito; mas quem espera vantagem das suas obras é escravizado pelos seus desejos.

O sábio que, em corpo terrestre, se libertou do egoísmo, habita, mesmo quando age, no céu da sua paz, na “cidade dos nove portais”; não tem desejos, nem induz outros a terem desejos.

O Senhor do Universo não cria a ação nem o impulso de agir, nem o desejo dos frutos da atividade – tudo isso nasce da natureza finita do indivíduo.

O Senhor do Universo não toma sobre si as culpas dos homens, porque está acima de todas as ações, perfeito em si mesmo. Erram os homens por sua própria ignorância, porque a luz da verdade está envolta nas trevas da ilusão.

Mas quando as trevas sedem à luz, amanhece o dia, e, assim como o sol em pleno esplendor, revela-se ao Ser Supremo.

Quem se integra no Ser Supremo e nele repousa está livre da incerteza e trilha caminho luminoso, do qual não há retorno, porque a luz da verdade o libertou do mal.

Quem vive na luz da Verdade vê Deus em todos os seres – no brâhmane e no cão, no elefante e na vaca, e até no desprezado paria.

Os que estão firmes na luz da verdade venceram o mundo, já aqui na terra, pela fé na harmonia universal; porquanto Brahman transcende todas as condições da dualidade, habitando na suprema unidade – quem o conhece, repousa em Brahman.

Quem vive firmemente consolidado na consciência de Brahman não sucumbe à alegria, na prosperidade, nem à frustração, na adversidade – mas remonta à claridade sem nuvens e se integra na Divindade.

Quem preserva sua alma livre de todas as coisas que vêm de fora realiza o seu verdadeiro EU, atinge a Paz Profunda, a beatitude do verdadeiro ser.

As alegrias que brotam do mundo dos sentidos encerram germes de futuras tristezas; vêm e vão; por isso, ó príncipe, não é nelas que o sábio busca a sua felicidade.

Feliz é aquele que, durante a vida terrestre, consegue libertar-se dos impulsos que geram paixão e ódio, estabelecendo-se firmemente no espírito da união com Deus.

É ele, na verdade, um santo, que encontra o céu dentro de si mesmo; a sua vida é uma com Brahman e abre-se-lhe a porta do nirvana.

É assim que os rishis, livres de incertezas e senhores de si mesmos, já aqui na terra, entram no nirvana da Divindade, vivendo a vida de todos os seres.

Todos os que, libertos de ódio e paixões, fortes na humildade e iluminados pela fé, superaram o seu ego humano e realizaram em si o Eu divino, todos eles se aproximaram da verdadeira Paz em Deus.

O yogui que habita na luz, que se abstém do contato com o mundo dos sentidos, cujo olho espiritual se abriu e cuja respiração espiritual se sintonizou com a respiração corporal.

Ele, que repleto da virtude de Deus, governa o coração e a mente, e, sem egoísmo, anseia pela redenção – esse se libertou de si mesmo e vive na paz eterna, aqui e por toda a parte.

Ele sabe, que EU SOU a Essência em todas as Existências; eu, o Imanifesto em todos os Manifestos: eu, a suprema e imutável Realidade em todos os mundos em incessante mutação; eu, refúgio e proteção de todas as criaturas. Quem isto sabe, encontrou a paz...

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O Golem e o Adão


Por: Joana de Mello Moser
Universidade Autónoma de Lisboa


Origem do mito
Diz a lenda que o mito do Golem nasceu da mística hebraica do séc. XIII. O Golem – matéria informe – ter-se-ia tornado num homúnculo a partir da invocação mágica de um nome. Terá sido Elijah de Chelm quem criou o Golem a partir do barro, ao escrever na sua fronte o "Shemhamforash" – nome secreto de Deus. Assim lhe foi concedido o poder da vida, mas não o poder da palavra. Quando o Golem atingiu um tamanho e força sobrehumanos, o criador, temendo as suas potencialidades destrutivas, apagou--lhe o nome da testa e ele transformou-se em pó.
Rezam algumas versões da lenda que não foi o nome de Deus mas a palavra "emet" – "verdade" – que foi inscrita na sua testa. A destruição do Golem verificou-se quando
se apagou a primeira letra, tendo restado a palavra "met" que significa morte.
O motivo central deste mito é o acto da criação, tal como vem descrito no Livro do Génesis – criar um homem a partir da terra, dar vida à matéria, desafiar e copiar Deus –, pelo que na perspectiva cristã esta é uma temática considerada absolutamente prometaica.
Na opinião de Aglaja Hildenbrock (1986: 65), a lenda do Golem tem uma componente folclórica e outra teológica. No que respeita à componente folclórica, conta-se que certo dia o Rabbi Low (Praga, séc. XVI) se propôs criar um servo a partir do barro, o terá "animado" por fórmulas mágicas através do nome de Deus, mas que mais tarde o teve de destruir, porque ele tinha entrado num descontrolo total. Apesar de o Rabbi ser considerado sábio e santo, a criação do Golem foi vista como um acto melindroso e problemático, cuja ambivalência se manifesta na dupla natureza do Golem: por um lado possui um corpo dotado de forças naturais, por outro, é mudo e não tem alma, não devendo ser considerado um ser humano na verdadeira acepção da palavra: é insensível, mas obediente; um ser sem passado nem futuro, sem duração e sem memória.
Assim, embora criado como Adão a partir da terra, o Golem não tem sentimentos nem capacidades intelectuais; ele "escuda-se" na pessoa do Rabbi Low – "a sua potência espiritual" –, o que nos leva a pensar que o Golem é um "duplo" do Rabbi.
No que respeita à componente teológica, tudo se passa de forma diferente: a Adão, a vida e a palavra são dadas por meio do sopro divino. Criado a partir da melhor porção de terra criteriosamente seleccionada no centro do mundo, o monte do Sião, ele deverá ser entendido como a reunião de todos os elementos de que é constituído, ou como a súmula dos quatro pontos cardeais, a partir dos quais é feito (Scholem, 1966: 181.2).
Adão será pois a totalidade; ele pertence um pouco a todo o lado. O Adão que o sopro de Deus ainda não insuflou é neste sentido como o Golem, que significa "sem forma".
Numa célebre passagem do Talmud que G. Scholem expõe numa das suas obras, vêm descritas as doze primeiras horas de Adão: "durante a primeira hora reuniu-se a terra; na segunda, esta foi amassada e tornou-se "Golem" – uma massa ainda informe; na terceira hora moldaram-lhe os membros e na quarta deram-lhe uma alma; na quinta hora já se mantinha de pé e na sexta nomeou todos os seres vivos da terra" (ibidem).
De acordo com este passo, Adão encontrava-se ainda em estado bruto – não tinha ainda alma nem tão pouco falava – ao nomear as coisas. As opiniões dos grandes estudiosos divergem no que acima foi dito. Citamos a propósito um passo que Scholem menciona nas suas obras La Kabbale et sa Symbolique e em A Cabala e a Mística Judaica. Na primeira diz-nos que num Midrash dos séculos II e III, Adão vem descrito como sendo "um Golem de tamanho e força cósmicos a quem Deus terá mostrado as gerações futuras, quando Adão ainda se encontrava ‘sem vida’ e não falava" (idem, 182); na segunda refere que o ponto de partida para a doutrina da trans-figuração das almas, que começou a ter impacto entre os cabalistas a partir dos meados do séc. XVI, foi um velho Midrash que narra que quando Adão jazia, ainda sem vida, como mero Golem, Deus lhe mostrara os justos que proviriam da sua semente. Todos estavam dependentes do seu corpo, alguns pendurados na sua cabeça, outros nos seus cabelos, no seu pescoço, (...) na sua boca e nos seus braços" (Scholem, 1990: 207. 5).
Os cabalistas interpretaram estas palavras do seguinte modo: se todas as almas do gênero humano se encontravam em Adão, era porque Adão antes da queda formava "um corpo místico", um ser cósmico no qual se organizava "a substância anímica de todos os níveis de realidade, do mais elevado ao mais baixo". Adão era assim a verdadeira Alma que Deus criara, o reflexo da realidade espiritual.
A questão que se coloca agora é a seguinte: Quem é Adão?
Terá ele "assistido" à criação do mundo?
Pela citação do Midrash que referimos, parece haver aqui dois aspectos a considerar: Como poderá Adão ter nomeado as coisas da terra numa fase em que não possuía ainda uma alma nem tinha o poder da palavra, o que para os cabalistas significa que ainda não tinha sido dotado de razão, pois para eles a palavra é a faculdade mais elevada que um "ser" pode possuir. Mas esta mesma citação pode levar-nos a concluir que foi nestas primeiras horas de vida de Adão (o Golem), precisamente o espaço situado entre a segunda e a quarta, que se verificou todo o mecanismo da criação.
Alexandre Safran formula uma explicação para estas questões: "Se unir a inteligência ao amor e souber pôr a sua conduta ao serviço do bem, o homem está em condições de se aproximar do modelo divino, pois ele é o único ser cuja natureza está dividida: é matéria, mas também é espírito e é isso que faz com que tenha um lugar especial no seio da criação" (Safran, 1960: 324.6). Essa também a razão por que tem sempre uma grande tendência para distinguir em todos os elementos do universo um aspecto duplo: o material e o espiritual. Compreendemos assim que matéria e espírito remontam a um pensamento original/ espiritual, que corresponde aos dois aspectos da criação: "a bondade, que é de ordem espiritual, e a verdade, que é de ordem racional, científica" (ibidem).
"No princípio era o Verbo..."
O Verbo é aquilo que surge em primeiro lugar e antes de tudo. É um atributo divino, o sopro da criação que no momento original se identifica com a Palavra. É a manifestação de um princípio visível e espiritual que é Deus, de onde tudo emana e que se confunde, no início, com o nome de Deus, o que significa que entre o nome e a coisa não há distinção.
Alef, o puro sopro, permite a transmutação do nada original – o caos – para o cosmos. Quando se diz "faça-se", inicia-se o processo da criação, a viragem marcada de uma "matéria informe" para qualquer coisa que ganha forma. Deus disse: "Faça-se a luz". E a luz foi feita. E Deus viu que a luz era boa e separou a luz das trevas. Chamou dia à luz e às trevas, noite.
A identidade indiferenciada vai dar lugar a um sistema de opostos: é uma "força" da qual a linguagem brota e dela o próprio mundo criado. "Façamos o homem à Nossa imagem, à Nossa semelhança". E assim Deus cria depois o homem a partir do barro, a quem é insuflado o sopro divino e é dada a capacidade da linguagem.
É, pois, Adão quem vai dar o nome às "coisas". Esta possibilidade de "nomear" acontece ainda numa fase paradisíaca em que a linguagem humana é reflexo divino. A essência espiritual reporta para um momento primitivo em que havia um sentido profundo da interligação entre a Palavra e a coisa, porque nas origens o nome não é conteúdo.
Não há separação entre conteúdo e forma, porque tudo se (con)funde. Mas no momento em que Deus concede ao homem o dom da linguagem, coloca--o acima da Natureza e inicia-se a divisão. O homem vai nomear aquilo que é Uno e nomear é conhecer. Conhecer é separar.
A contradição é própria do homem, que acaba por entender que é da tensão dos opostos que nasce a união. E é quando toma consciência do seu estado de pecado – de "separação" – que se encontra em vias de proceder à reunificação dos elementos divididos.
De tão diferenciada, a linguagem acaba por perder a sua unidade primordial e estilhaça-se. O homem – como a linguagem – dá-se conta de todo esse desmembramento e tem vontade de regressar. Com toda a ambiguidade que encerra, o mito da criação tornou-se de há muito um desafio para o homem: para além de se propor dar vida a um ser criado a partir da terra, ele precisava descobrir a maneira de o "animar".
Foi assim que, a partir de muitas combinações de letras do alfabeto hebraico, pensou ter chegado à fórmula mágica, criando um "Golem" de barro ao mesmo tempo que pronunciava essas combinações. Mas tudo não passou de uma ilusão, pois a desintegração a que Adão foi sujeito e que constituiu a sua queda nunca se poderia verificar com o Golem.
O versículo 3,19 do Livro do Génesis elucida-nos um pouco sobre este tema. "Tu és pó e em pó te tornarás"!, disse Deus. Mas ao passo que o homem se liberta do seu corpo ao tornar-se pó, regressando pela parte espiritual ao "Uno", com o Golem – que não tem espírito – não pode verificar-se a re/ integração: o Golem transforma-se em pó e dele não resta nenhum vestígio.
É este, a meu ver, o segredo que o homem procura: conseguir dar uma alma a um ser por si fabricado.

Sugestão de Leitura:
O Golem Narração por Elie Wiesel
O Golem por Gustav Meyrink

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Uso Teúrgico dos Salmos

Tradução por Geórgia Nuño Racca


A Fonte desse material vem do trabalho do Abade Julio, renomado curandeiro, exorcista e contemporâneo de Papus, ora traduzido e oferecido por Mouni Sadhu em seu livro chamado “Theurgy1”.

O acesso a este ensaio deve ser respeitado como uma Verdade Sagrada e espera-se que seja tratado com seu devido valor.

Como a Teurgia difere da oração comum, é necessária uma preparação preliminar.

1. Os teúrgicos têm o conhecimento de que são meros instrumentos da Divindade. Procuram não impor suas próprias vontades. As operações teúrgicas têm como principio um profundo conhecimento que Deus é Amor, e deseja o melhor para toda sua Criação, sem exceções.

2. Toda operação teúrgica é desenvolvida com uma profunda convicção em Deus, o que se faz importante para os Teúrgicos desenvolverem com perspicácia. Qualquer preocupação ou dúvida poderá impedir seriamente a livre corrente de energia. De forma alguma a operação teúrgica deverá ser tentada se alguma dúvida aparecer e não for eliminada sendo deixada de lado, através por exemplo, por um período preliminar de oração, contemplação e meditação.

3. Todo tipo de estimulantes ou intoxicantes, como café, tabaco, vinho, carne e sexo deverão ser evitados por no mínimo 8 horas antes da operação. Muitos insistem em seguir uma total dieta vegetariana.

4. Ambos, teúrgico e o local de trabalhos deverão estar num estado purificado, limpo em todos os sentidos. Normalmente, toma-se uma ducha rápida e veste-se com uma manta ou túnica apropriada para a atividade. Isto tudo ajuda a elevar a vibração interior.

5. O lugar deverá estar perfeitamente limpo e purificado por água e abençoado com incenso.

6. Na Abertura deverá o iniciado estar consciente de pedir a ajuda de todos os Anjos, Santos e demais Iniciados desta linhagem ou à aqueles que encontra uma profunda conexão.

7. Nenhuma quantia de dinheiro aceita para qualquer operação teúrgica. É impossível “comprar” coisas Celestiais com dinheiro terreno.

8. Os teúrgicos devem estar empregados e livres de débitos em todos os sentidos quantos forem possíveis. Argumentos e discordâncias são melhor resolvidas antes de entrar no local das operações teúrgicas.

9. Uma vida diária de oração, serenidade e calma devem ser especialmente cultivadas, desde que ajude a “carregar” a bateria teúrgica. Discursos desnecessários, crítica e fofoca deverão ser reduzidos ao máximo.

10. Os instrumentos Teúrgicos como velas, recipientes com óleo abençoado e água sagrada devem ser mantidos em lugar apropriado ou especial, roupas, mantas ou túnicas, toalha do altar, livros sagrados, deverão ser usados e manuseados apenas por companheiros aspirantes e iniciados.

Um Típico Ritual Teúrgico

Nunca se deve tentar praticar as operações teúrgicas de modo frívolo. Além do mais, é necessário estar inteiramente convencido de que os atos trazem benefícios no Plano Divino.

Após a purificação do local, inicia-se com as invocações, O Sinal da Cruz , ascender uma vela e queimar um incenso.

Os Salmos são ditos vagarosamente e com consciência.

Após um breve período de meditação e agradecimentos, apaga-se a vela e diz “AMEM” o que significa “selado na confiança”.

É aconselhado beber um copo d’água e após retornar ao local e guardar tudo o que foi usado, então, imediatamente voltar aos afazeres diários.



1 – Sadhu, Mouni: Theurgy: The Art of Effective Worship, Aeon Books
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